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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Por uma questão de (in)Tolerância


Como fazer frente à intolerância


1 - A luta contra a intolerância requer leis:


Todo o Estado tem a responsabilidade de fortalecer a legislação referente aos direitos humanos, proibir e castigar os crimes motivados pelo ódio e a discriminação das minorias independentemente do facto de estes crimes serem cometidos por representantes do Estado, organizações privadas ou indivíduos. O Estado deve garantir um acesso equitativo aos tribunais e aos organismos de defesa dos direitos humanos ou de mediação para que os cidadãos não apliquem a sua própria justiça nem recorram à violência para resolver os seus litígios. 

2 - A luta contra a intolerância requer educação:


As leis são necessárias mas insuficientes quando se trata de combater a intolerância nas suas raízes ou atitudes individuais. A intolerância tem frequentemente origem na ignorância e no medo: medo do desconhecido, do outro, de outras culturas, nações, religiões. A intolerância encontra-se também intimamente ligada a um sentimento exagerado do seu próprio valor de orgulho que pode ser pessoal, nacional ou religioso. Estas noções ensinam-se e aprendem-se desde a infância; pelo que a educação para a tolerância deve intensificar-se. É preciso habituar as crianças, tanto em casa como na escola, a mostrarem-se mais abertas, curiosas e receptivas.

A educação é um processo contínuo que se prolonga durante toda a vida; não começa nem termina na escola. As tentativas de incutir a tolerância por meio da educação não terão êxito se não se dirigirem a todos e em todas as partes: em casa, na escola, no trabalho, em lugares de diversão e, agora, através das auto-estradas da informação. 

3 - A luta contra a intolerância requer o acesso à informação:

A intolerância é muito perigosa quando se usa ao serviço de ambições políticas e territoriais de um indivíduo ou grupo. Os que incitam ao ódio começam com frequência por identificar os alicerces da tolerância na opinião pública antes de expor argumentos falaciosos, jogando com as estatísticas e manipulando o público apoiando-se em preconceitos e falsas informações. O meio mais eficaz para limitar a influência destes propagadores de ódio é tomar medidas que favoreçam a liberdade de imprensa e o seu pluralismo, a fim de que os leitores possam distinguir entre factos e opiniões. 

4 - A luta contra a intolerância requer uma tomada de consciência individual:

O sectarismo, os estereótipos, os insultos e as anedotas e gracejos racistas são outros tantos exemplos de tipos de manifestação individual com que se encontram confrontadas diariamente numerosas pessoas: incita as suas vítimas a vingar-se. Para combater a intolerância devemos dar-nos conta do vínculo que existe entre o nosso comportamento e o círculo vicioso da desconfiança e a violência na sociedade. Cada um de nós deveria começar por se perguntar: Sou tolerante? Tenho estereótipos em relação a certas pessoas ou grupos? Rejeito os que são diferentes de mim? Culpo-os das minhas dificuldades? 

5 - A luta contra a intolerância requer soluções locais:

Muitos sabem que os problemas de amanhã vão mundializar-se cada vez mais, mas poucos se dão conta de que a solução destes problemas é local e inclusive individual. Face ao aumento da intolerância que nos rodeia, não devemos esperar que os governos e as instituições actuem sós. Todos nós fazemos parte integrante da solução. Não deveríamos sentir-nos impotentes, pois possuímos uma capacidade enorme de poder. A acção não violenta é um meio de exercer este poder, o poder do povo. Os instrumentos da acção não violenta - formar um grupo para encarar um problema, organizar uma rede local, exprimir a sua solidariedade para com as vítimas da intolerância, detectar e desprestigiar a propaganda odiosa - estão à disposição de todos os que querem acabar com a intolerância, a violência e o ódio.  



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