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sábado, 14 de novembro de 2009

Frisch?!


A tolerância é sempre um indício de que um poder é visto como seguro; quando se sente em perigo, nasce sempre a pretensão de ser absoluto; nasce, portanto, a falsidade, o direito divino do seu privilégio, a inquisição.

                                                                 M. Frisch (escritor suíço 1911-1991)

Se te pedissem para eleger uma música para Hino à tolerância, um grito de dor que ecoasse "na imensidão do céu", qual escolherias?

Deixo a minha sugestão:


 

 



E por que não um  "Hey you", vindo do outro lado do "Muro"?




 
Hey you! Out there in the cold 
Getting lonely, getting old, can you feel me? 
Hey you! Standing in the aisles 
With itchy feet and fading smiles, can you feel me? 
Hey you! Don’t help them to bury the light 
Don't give in without a fight. 
Hey you! Out there on your own 
Sitting naked by the phone would you touch me? 
Hey you! With your ear against the wall 
Waiting for someone to call out would you touch me? 
Hey you! Would you help me to carry the stone? 
Open your heart, I'm coming home 
But it was only a fantasy 
The wall was too high as you can see 
No matter how he tried 
He could not break free 
And the worms ate into his brain. 
Hey you! out there on the road 
Doing what you're told, can you help me? 
Hey you! out there beyond the wall 
Breaking bottles in the hall, can you help me? 
Hey you! don't tell me there's no hope at all 
Together we stand, divided we fall.


E se fosses um poema sobre (In)Tolerância? Ou sobre o que dela decorre?
(Envia a tua sugestão, anónima ou não...)

Angústia


Tortura do pensar!  Triste lamento!
Quem nos dera calar a tua voz!
Quem nos dera cá dentro, muito a sós,
Estrangular a hidra num momento!

E não se quer pensar!... e o pensamento
Sempre a morder-nos bem, dentro de nós...
Querer apagar no céu - ó sonho atroz! -
O brilho duma estrela com o vento!...

E não se apaga, não... nada se apaga!
Vem sempre rastejando como a vaga...
Vem sempre perguntando: "O que te resta?..."

Ah! não ser mais que o vago, o infinito!
Ser pedaço de gelo, ser granito,
Ser rugido de tigre na floresta!

Florbela Espanca

"A poesia de Florbela caracteriza-se pela recorrência dos temas do sofrimento, da solidão, do desencanto, aliados a uma imensa ternura e a um desejo de felicidade e plenitude que só poderão ser alcançados no absoluto, no infinito. A veemência passional da sua linguagem, marcadamente pessoal, centrada nas suas próprias frustrações e anseios, é de um sensualismo muitas vezes erótico. Simultaneamente, a paisagem da charneca alentejana está presente em muitas das suas imagens e poemas, transbordando a convulsão interior da poetisa para a natureza."

                            in www.revista.agulha.nom.br/flor.html
(Aqui encontrarás outros poemas da poetisa)


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