Pesquisar neste blogue

sábado, 11 de abril de 2009


A Páscoa no Mundo

 

Histórias, lendas e tradições 

 

As origens do termo

 

A Páscoa é uma das festividades mais importantes entre as culturas ocidentais. A origem desta comemoração remonta a muitos séculos atrás. O termo “Páscoa” tem uma origem religiosa que vem do latim Pascae. Na Grécia Antiga, este termo também é encontrado como Paska. Porém a sua origem mais remota parece ser entre os hebreus, onde aparece o termo Pessach, cujo significado é passagem.

 

 

O nome Pessach está associado à festa que celebra e recorda a libertação do povo judeu na passagem do Egipto para a Terra Prometida através do Mar Vermelho conduzido por Moisés. Também está associado à ressurreição de Cristo, ou seja, “à passagem da morte para a vida”.

 

A Páscoa Judaica

 Entre os judeus, esta data assume, assim, um significado muito importante, pois marca o êxodo deste povo egípcio, por volta de 1250 A.C, onde terão sido tornados prisioneiros pelos faraós durante vários anos. Esta história encontra-se no Velho Testamento da Bíblia, no livro Êxodo.

Nesta data, os judeus fazem e comem o matzá, que é um pão sem fermento, para lembrar a rápida fuga do Egipto, quando não sobrou tempo para fermentar o pão.

 

Entre outras civilizações

 

Alguns historiadores encontraram informações que levam a concluir que uma festa de passagem - muito antes de ser considerada a festa da ressurreição - era comemorada entre povos europeus há milhares de anos atrás. Principalmente na região do Mediterrâneo, algumas sociedades, entre elas a grega, festejavam a passagem do Inverno para a Primavera, durante o mês de Março, representando a passagem de um tempo de trevas para um tempo de luz.

Esta festa era, geralmente, realizada na primeira lua cheia da época das flores. Entre os povos da antiguidade, o fim do Inverno e o início da Primavera era de extrema importância, por questões de sobrevivência devido ao rigoroso Inverno que castigava a Europa, dificultando, assim, a produção de alimentos.

 

A Páscoa entre os cristãos

Entre os primeiros cristãos, esta data celebrava a ressurreição de Jesus Cristo (quando, após a morte, a sua alma voltou a unir-se ao seu corpo). O festejo era realizado no domingo seguinte à lua cheia posterior ao equinócio da Primavera (21 de Março).

Entre os cristãos, a semana anterior à Páscoa é considerada como Semana Santa. Esta semana tem início no Domingo de Ramos que marca a entrada de Jesus na cidade de Jerusalém.

 

A(s) História(s) do coelhinho da Páscoa e os ovos

 

A figura do coelho está simbolicamente relacionada a esta data comemorativa, pois este animal representa a fertilidade. O coelho reproduz-se rapidamente e em grandes quantidades. Entre os povos da antiguidade, a fertilidade era sinónimo de preservação da espécie e melhores condições de vida, numa época onde o índice de mortalidade era altíssimo. No Egipto Antigo, por exemplo, o coelho representava o nascimento e a esperança de novas vidas.

Mas o que é que a reprodução tem a ver com os significados religiosos da Páscoa? Tanto no significado judeu como no cristão, esta data aparece relacionada com a esperança de uma nova vida. Os ovos de Páscoa ou as amêndoas (pequenos ovos), surgem precisamente neste contexto e, hoje, continuam a ser oferecidos e partilhados para simbolizar a fertilidade e a vida.

A figura do coelho da Páscoa foi trazida para a América pelos imigrantes alemães, entre o final do século XVII e início do XVIII.

 

Gregos, fenícios, tibetanos, vietnamitas, japoneses, siberianos e indonésios entre outros, têm em comum a lenda de que o mundo surgiu de um ovo cósmico, semelhante ao de uma galinha. Esse ovo dividiu-se formando o céu e a terra. A gema representava o globo terrestre, a clara a atmosfera, e a casca equivaleria à esfera celeste e aos astros.

A história do Havai conta o mito de que esta ilha foi originada a partir de um ovo posto nas águas por um pássaro gigante.

Na Índia acredita-se que foi uma gansa que chocou um ovo cósmico na superfície de águas primordiais, e que este se dividiu em duas partes originando o céu e a terra. O céu seria a parte mais leve e pura do ovo “a clara”, e a terra seria a parte mais densa do ovo “a gema”.

Na Austrália reza a lenda que a terra se encontrava na escuridão absoluta, até que um homem lançou um ovo no espaço e o transformou em sol.

Existem documentos muito antigos onde se pode ler que o primeiro homem adveio de um ovo.

Assim se destaca na história, a simbologia do ovo. Do ovo nasceu o mundo; a terra, os seres, o sol e a lua.

Desde então, associou-se o ovo à Páscoa, e adoptou-se o costume de presentear as pessoas na época da Páscoa com um ovo. Um ovo gera uma vida, a vida é o dom mais precioso que Deus nos dá.

Mas centenas de anos antes da era cristã, já se trocavam ovos em celebração à chegada da Primavera.

Por essa altura os chineses tiveram a ideia de embelezar os ovos. Com um trabalho minucioso e paciente, embrulhavam os ovos em cascas de cebola e cozinhavam-nos com beterrabas para que ficassem com desenhos na casca. Este costume rapidamente se espalhou e foi então que os egípcios começaram a pintar e a desenhar os ovos que ofereciam na Páscoa para comemorarem esta estação do ano.

Mais tarde, os europeus começaram a escrever mensagens e datas nos ovos e os cristãos decoravam ovos ocos com retratos de Jesus e outras imagens religiosas. Estes ovos não serviam para comer, eram apenas para presentear e homenagear a Páscoa.

Na Inglaterra, no século X, os ovos ficaram muito sofisticados quando o Rei resolveu presentear a realeza com ovos banhados a ouro e decorados com pedras preciosas para festejar a Páscoa.

Só no século XVIII, os franceses tiveram a ideia de fazer ovos com chocolate; ou melhor, com “Theobroma”, pois é este o nome dado pelos gregos ao “Alimento dos Deuses”, o chocolate.

Foi com os maias e os astecas que a história do chocolate começou. O chocolate tal como o ouro era considerado sagrado para estas civilizações. O chocolate era consumido apenas como uma bebida e acreditava-se que dava poder e vigor, por isso era reservado aos governantes e aos soldados. O chocolate foi considerado, um afrodisíaco, um pecado, um remédio e um alimento sagrado. Os astecas chegaram a usá-lo como moeda de troca, tal era o seu valor.

Com o início do desenvolvimento da indústria do chocolate, começaram a aparecer os modernos ovos de chocolate por entre os anos 1920 e 1930. Em 1992 foi criado o maior e mais pesado ovo de chocolate que até hoje a história regista. Tinha 7 metros de altura e pesava 4 toneladas e meia, e foi construído numa cidade na Austrália. Hoje em dia os ovos de chocolate são famosos em todo o mundo.

Ao ovo juntou-se a figura do coelho. Conta a lenda que uma mulher pobre coloriu ovos e os escondeu num ninho para os poder dar aos seus filhos no dia de Páscoa. No momento em que as crianças os descobriram viram passar um grande coelho a correr, espalhando-se a história de que o coelho é que tinha trazido os ovos.

Ainda hoje na Alemanha, há o hábito de esconder os ovos no jardim, para que os filhos possam divertir-se a descobri-los. Nos Estados Unidos os ovos são escondidos em lugares públicos convidando as crianças a celebrar uma festa em comunidade.

No Brasil as crianças montam cestinhos de papel esperando que o coelho os encha com ovos durante a madrugada.

Outras lendas existem relacionadas com a Páscoa.

Na Alemanha conta-se que no domingo de Páscoa o sol dança, em celebração à ressurreição de Cristo. Ainda hoje há o culto de ver o sol nascer nesse dia. Noutros países europeus, ainda há a crença de que comer ovos no domingo de Páscoa, traz saúde e sorte para o resto do ano.

A Páscoa é assim um resultado de crenças e hábitos que o homem adoptou, consoante a época e a religião.

O que (a)parece inalterável é que se trata de um momento de festa e alegria em comunhão com a família.

 

Feliz Páscoa.



Sem comentários: